Você já stalkeou alguém que não te merece? Pois é, eu também. E o pior é que eu já fiz isso mais vezes do que eu gostaria de admitir. A gente vive dizendo que superou, que não liga, que esqueceu. Mas é só aquele nome subir no feed que a gente clica sem nem pensar duas vezes. E pronto. Começa a saga de stalkear quem não merece nem o nosso bom dia, quem dirá a nossa atenção.
E então, sem nem perceber, stalkear virou uma arte. A arte de se machucar sozinha, de alimentar coisa que deveria ter morrido há tempos. Mas a gente vai lá, coloca o FBI pra jogo e no final ainda fica com cara de tacho por ter descoberto algo que não queria.
Quantas vezes vamos precisar nos machucar, ficar remoendo certas coisas que não fazem nem parte da nossa vida mais? As coisas mudam, apesar de eu não gostar de mudanças.
Pessoas vem e vão, e stalkear alguém que não merece só vai piorar a situação. Você correndo atrás de alguém que nem liga pra você e pros seus sentimentos, porque se ele(a) ligasse, eu tenho certeza que você não iria precisar gastar o seu tempo bisbilhotando a vida da pessoa.
A Neurociência pode explicar isso um pouco melhor.
Quando alguém não demonstra interesse ou ignora a gente, o cérebro interpreta isso como se fosse uma dor física. Isso acontece porque áreas como o córtex cingulado anterior dorsal são ativadas nesses momentos, as mesmas responsáveis pela dor física (Eisenberger, Lieberman & Williams, 2003). Para aliviar esse desconforto emocional, o cérebro tenta buscar informações sobre a pessoa, numa tentativa de entender o motivo da rejeição e diminuir a angústia.
Além disso, quanto mais distante ou difícil a pessoa parece ser, mais valor o nosso cérebro acaba atribuindo a ela. Isso porque situações de incerteza ativam o sistema de recompensa, liberando dopamina e reforçando o comportamento de buscar pistas, como procurar alguma indireta nas músicas que a pessoa posta, ver stories, republicados e afins. Esse efeito é parecido com o que acontece em vícios (Fisher, 2004).
Outra coisa que contribui para esse comportamento é o chamado reforço intermitente. Quando a pessoa some e depois aparece de vez em quando (com uma curtida, uma mensagem ou uma visualização), o cérebro interpreta isso como uma recompensa inesperada, o que aumenta ainda mais a vontade de continuar observando (Spitzberg & Cupach, 2007).
Então não, não se sinta culpado(a) por stalkear alguém. Isso não é nossa culpa, e sim do nosso cérebro.
Depois de um tempo isso passa, vocêvai encontrar outra coisa para se distrair, a cabeça já vai estar em outro mundo, outras coisas, outras distrações. Talvez demore, mas sempre passa.
No fundo você sabe que merece alguém que faça questão de estar, e que tu não precise ficar perseguindo ninguém. Você só não quer largar o alecrim dourado.
A sensação de perder e a de ser ignorado é ruim. E a de achar algo que você tanto procurou e que te decepcionou também.
Eu já estive dos dois lados da moeda, sei como é.
Agora me diz aí, qual foi a coisa mais doida que você já fez ou descobriu pra stalkear alguém?
Espero que tenham gostado e que reflitam sobre! 🩵✨️
estou desse jeito. Ótimo texto.
Nem vi esse post, mas já tô stalkeando quem nem merece meu tempo… pior que a curiosidade sempre vence! 😮💨🔍